De regresso à Guarda

Os últimos 3 meses ficam marcados pelo meu regresso à Guarda, a minha cidade natal. Foram 7 anos em Aveiro e confesso que até à pouco tempo atrás não me imaginava regressar. Mas agora que cá estou, e confesso estou contente por estar cá, é preciso potenciar esta cidade e este distrito.

O interior do país está a precisar de dinamismo. De inovação. De criatividade. Está a precisar que as pessoas que cá vivem saiam à rua e gritem bem alto QUE ISTO OU AQUILO ESTÁ MAL! E não manterem-se caladas com medos e receios de represálias.

Este blog nasceu com o intuito de relatar a preparação e a experiência de uma missão em África. No entanto, e quase sem darmos por isso, a vida, no seu melhor, troca-nos as voltas levando-me a questionar se este blog continua a fazer sentido?

Esta pergunta retrata bem o sentimento que vivo neste momento enquanto jovem desempregado. Desorientado.

Reposição do E(n)Xame

Decorrerá entre 6 e 10 de Novembro a reposição da peça de teatro "O E(n)Xame" produzida entre Janeiro e Abril de 2012 no Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro (GrETUA) e encenada por Jorge Fraga.

Sinopse da peça:
"Esta produção quer fazer o espectador questionar-se sobre a importância de "estar vivo" através de uma viagem pelos diferentes universos por onde nos conduzem as personagens em cena. Pretende ser um ataque político mas não partidário, ideológico mas não fundamentalista. Quer-se que "toque na ferida", que provoque o espectador. Um espectáculo que permita a celebração do acto Teatral! 18 espaços diferentes habitados por 18 actores que assumem 18 personagens, numa "communitas", que se interrogam, que se revoltam, que querem tornar a si o seu destino, seja ele qual for. Qual é a importância de "existir"? Uma tragédia otimista. Ou talvez não.

Os textos da peça foram resultado de um aglomerado de criações dos próprios actores com a orientação do encenador. À parte disso serão citados, pontualmente, alguns textos de autores como Brook, Brecht, Artaud e os sempre aclamados mitos."

Ficha técnica:
Direcção e concepção cénica: Jorge Fraga
Elenco: Ana Sofia Vintena, Bruno Almeida, Catarina Miranda, Catherine Oliveira, Cláudia Alexandrino, David Silva, Filipa Portela, Henrique Portela, Joana Manso, Luís Pratas, Margarida Afonso, Nuno Jordão, Rita Camões, Rita Moniz, Susana Loureiro, Teresa Pereira, Tiago Castro, Vera Freire
Cenografia e figurinos: GrETUA
Técnico de luz: Pedro Sottomayor
Técnico de som: João Veludo

Fica aqui o discurso "O analfabeto político" de Bertolt Brecht (1898-1956) dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX.

"O pior analfabeto,
é o analfabeto político.
Ele não ouve, ele não fala, ele não participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do aluguer, do sapato e do remédio,
do feijão, do peixe e da farinha dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa de peito dizendo
que odeia a política.

Não sabe o imbecil que da sua ignorância,
nasce a puta,
o menor abandonado,
o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, corrupto, pilantra, lacaio
das empresas nacionais e multinacionais."